Quanto mais perto estamos do verão, maior é a temporada de raios no Brasil, que é, justamente, o país com a maior incidência de descargas elétricas em todo o mundo. Por ano, são mais de 70 milhões de raios registrados no país. E, levando em consideração as mudanças climáticas, o fenômeno só irá aumentar.
É por isso que ao pensarmos na estrutura de um condomínio, devemos pensar em investir em para-raios. Não só para proteger os eletrodomésticos, mas também a vida dos moradores e funcionários.
Em geral, as construtoras desempenham o papel de liderança no projeto e construção de edifícios residenciais e condomínios com códigos e padrões de construção, e muitos desses requisitos são identificados e finalizados durante o projeto de desenvolvimento do projeto. Claro que nesse trajeto é preciso sinalizar a questão dos para-raios.
Não é à toa que a instalação do SPDA (sistema de proteção contra descargas atmosféricas) seja exigida pelo Corpo de Bombeiros e regulamentada pela ABNT de acordo com a Norma NBR 5419/2005, que traz uma série de orientações sobre a proteção contra descargas atmosféricas.
É preciso ressaltar que os para-raios podem proteger tanto a vida das pessoas quanto a própria estrutura do prédio. Até por que um só raio pode destruir a fachada de um condomínio, por exemplo. Para você ter uma noção, se compararmos, veremos que um raio é equivalente a intensidade de mil chuveiros elétricos ligados ao mesmo tempo. Percebe o quão perigoso ele é?
No entanto, não se pode apenas instalá-lo por obrigação, é preciso verificá-lo anualmente. Esse processo é feito a partir da medição ôhmica de para-raios que verifica, através de aparelhos, se o conjunto de aterramento apresenta a resistência necessária para aguentar a intensidade de um raio, afinal, os para-raios são usados para direcionar as descargas elétricas para o solo. Assim, observa se a medição está seguindo os parâmetros solicitados, averiguando se o SPDA está funcionando de forma plena.
Embora essa metodologia de avaliação de risco promova uma fórmula para medir o potencial de risco de raio, é importante considerar a probabilidade do evento realmente acontecer e quais seriam suas consequências em determinado local. Muitas vezes, a presença de um único fator de risco é mais do que suficiente para tornar uma estrutura vulnerável e necessitada de proteção. Até por que um raio pode conduzir uma reação de destruição em cadeia.
Ao contrário do que você pode pensar, o sistema de proteção contra raios não impede que o fenômeno atinja a estrutura. Na verdade, ele impede maiores danos por meio de um caminho de baixa resistência elétrica, fazendo com que a corrente elétrica flua para o solo.
O que você precisa saber, como responsável pela administração de um condomínio, é que mesmo tomando todas as precauções acima, o para-raios por si só não protege a parte elétrica do condomínio. Isso significa que os interfones, portões eletrônicos e elevadores não estão protegidos, pois a descarga se conduz pelo solo e pode alcançá-los se o raio cair próximo.
Portanto, para que haja uma segurança total, precisamos não só do para-raios como também da instalação de supressores de surtos, já que pode ocorrer surtos de tensão e levar os eletrônicos a sobretensão.
Entendeu como é importante inspecionar o sistema de proteção do condomínio? Organize pelo menos uma verificação por ano, chamando profissionais competentes da área. Só assim tudo e, principalmente, todos estarão protegidos dos belos, mas perigosos raios.